terça-feira, 5 de novembro de 2013

Confusão

Acordei meio atordoada, com o barulho do celular. Era a mensagem da minha colega perguntando se poderia dar carona para ela. Lá fora, o barulho de chuva era muito forte, o dia estava escuro e achei por bem usar a minha roupa de chuva: vestido longo, manga cumprida e as benditas galochas que comprei na Coreia, onde eu aprendi a importância de manter meus pés sequinhos.

Saí atrasada, pra variar, e ao chegar à frente do condomínio, o horizonte me mostrou que aquela chuva toda era só na minha casa, quer dizer, na minha região. Ou seja, a manhã me prometia um calor dos infernos, como sempre é em Goiânia. Até quando chove faz calor. Inverno em Goiânia dura um dia, a gente tem que ficar atento pra descobrir quando vai cair. 


Anyway, na faculdade, estou assistindo uma aula importante. Não demora nem 5 minutos, fico entediada e entro no Facebook, onde minha professora avisa que está aplicando uma prova e que meu nome estava na ata. A mesma matéria que eu resolvi repetir nesse semestre (disciplina on line) porque no semestre passado estava totalmente sem energia para fazer as atividades e enviar por e-mail. Mas eu fiz a prova. Só não as atividades. Desde criança sempre odiei tarefa de casa.

Largo a aula, faço a prova. Tenho que resolver um problema com um artigo científico, depois volto para a sala para pegar um pendrive. Aproveito e passo a mão num guarda-chuva que, pelo cabo, só podia ser meu. Volto para a biblioteca, registro as referências bibliográficas do meu trabalho, e, na hora de ir embora, quando pego minhas coisas no guarda-volumes, vejo que aquele guarda-chuva nem se parecia com o meu. Nunca vi mais xadrez. 

Volto pra sala pra devolver, não tem mais ninguém, então ficou nos Achados e Perdidos. Não achei o dono ainda. 

Bem, para encerrar minha manhã maravilhosa, fui à xerox imprimir o trabalho. Passo a mão na minha mochila e dou falta do meu notebook. "PUTA QUE PARIU, ESQUECI MEU NOTEBOOK NA BIBLIOTECA", disse, delicadamente. Olhei bem, e nas mãos eu tinha um exemplar do Jornal Opção e, embaixo dele, o bendito aparelho. 

Na hora de ir embora, torrando com o sol das 10 que mais parecia sol de meio-dia, tirei galochas e meias e fui dirigindo descalça para casa, onde entrei descalça e fui direto pra cama. Mas meu amigo coreano que quer aprender português resolveu conversar comigo e não consegui dormir. 

Quando contei a sucessão de acontecimentos para minha família, meu pai disse: "Lílian! Pensa um pouco!". Acho que é isso mesmo. Nem tô pensando mais. O piloto automático ligou faz quase um mês, não sei nem o que ando fazendo ultimamente. 

Tem gente que vai ler isso e achar graça, tem quem ache idiota, tem quem não ache nada. Mas minha vida, todos os dias, é feita desses pequenos transtornos que tornam viver uma tarefa um tanto difícil. Não tenho organização, já estou meio sem energia, sem paixão por quase nada. Talvez seja síndrome de drama queen, mas nossa, espero que passe logo. 

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